domingo, janeiro 9

O horário nobre, não é mais tão nobre assim

De dez anos para cá, são grandes as quedas de audiência na faixa mais visada, mais lucrativa e mais disputada da TV aberta. Dados nacionais do Ibope mostram que a poltrona do brasileiro das 18h à meia-noite tem ficado mais vazia. Os números de televisores ligados no horário caíram e com eles a audiência de quem reinava absoluto nessa faixa: as novelas e os noticiários. Em 2001, na faixa nobre, o total de TVs ligadas no PNT (Painel Nacional de Televisão) era 59%. Em 2010, representou 56%, queda de três pontos percentuais.

De olho nos números da líder, o cenário parece desolador: a Globo perdeu 17% do seu público nesse bolo. Das 18h à meia-noite, pulou de 32,3 pontos (2001), para 27,6 pontos de audiência (2010). (Cada ponto equivale a 191 mil domicílios no Brasil). Reis do horário nobre, novelas e "Jornal Nacional", que costumavam registrar médias na casa dos 50 e 40 pontos, respectivamente, perderam um público considerável. Passaram para a casa dos 40, 30 pontos de audiência. Queda alardeada pelo mercado, mas que acompanha uma mudança de hábito: a poltrona agora está ocupada em outros horários e por outros hábitos.

Os mesmos índices do PNT mostram que, na década, o número de televisores ligados cresceu. Pulou de 40% (2001) para 42% (2010). Se tem mais gente vendo TV, para onde migrou o público da faixa nobre? Em 2001, a faixa vespertina (do meio-dia às 18h) tinha 39% de TVs ligadas no país. Em 2010, esse número pulou para 41%. De manhã, o crescimento foi maior: a faixa das 7h ao meio-dia foi de 20% (2001), para 26% (2010).

Essa mudança é tão maluca que, em 2010, as atrações da tarde do SBT superaram a faixa nobre. Registraram média de 6 pontos, ante 5,9 pontos da programação da noite. Para o diretor da Central Globo de Pesquisas e RH, Érico Magalhães, a queda na faixa nobre chama atenção por conta dos números altos que a Globo acumulava no horário. No entanto, o público não fugiu da TV.

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