domingo, janeiro 2

Criador da logo Rio-2016 reconhece semelhanças, mas nega plágio

As semelhanças não podem ser negadas, afirma Fred Gelli. Criador da logomarca para Rio-2016, o diretor de criação da agência Tátil Design nega, porém, qualquer ponta de plágio no processo de criação daquela que será a cara dos Jogos Olímpicos no Brasil. Apesar de também enxergar traços parecidos com a marca da Telluride Foundation (organização não-governamental da cidade de mesmo nome, em Colorado, nos Estados Unidos), ele diz que a escolha passou por uma pesquisa de seis semanas para evitar este tipo de acusação. Mas, por se tratar de um símbolo universal (pessoas se abrançando), a possibilidade de gerar polêmica era grande. Veja a semelhança (mas assista ao filme gravado com o pessoal da agência antes – é notável todo processo de criação):

 

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O pessoa da Tátil diz nunca ter visto essa marca. E claro, todo processo de criação envolve uma pesquisa enorme em busca de semelhanças e referências justamente para não gerar conflitos. Talvez essa, por alguma razão tenha passado despercebida, porque não? O mote foi e é bem utilizado: pessoas se abraçando, referência ancestral, que está no inconsciente coletivo. Existe em todo lugar: na arte rupestre, indígena e em diversas expressões artísticas. Gelli comentou tudo isso em entrevista ao Globo Esporte.

Gelli lembra ainda de outra semelhança apontada, com o quadro "A dança", do pintor francês Matisse. Ele, porém, afirma que a marca dos Jogos no Rio tem uma característica completamente diferente: o fato de ser tridimensional.

Ele ainda continua: “A marca é radicalmente diferente por ser tridimensional. O Rio, em si, é uma escultura e as pessoas vivem dentro dela. Então, queríamos que a marca possibilitasse isso. Foi muito importante. E é uma diferença radical. Claro que existe semelhança. Mas, quando escolhemos um caminho tão universal, isso ia acontecer”

O diretor afirmou estar tranquilo em relação às acusações de plágio. “Isso tudo é muito bom. Já esperávamos alguma polêmica. Quando escolhemos um caminho tão universal, algo iria surgir. Mas a marca passou pelo crivo dos maiores especialistas em marcas intelectuais do planeta. Foram seis semanas de pesquisa e não foi identificada nenhuma marca conflito. Isso nos exime de qualquer acusação de plágio. Foram dois meses e meio lapidando a marca. O grupo que criou a marca estava lá em casa ontem e comentávamos isso. O mais louco é que nunca vimos essa marca.

E quer saber? Isso acontece demais na publicidade brasileira e até mundial. É só garimpar um pouco. Chamemos isso de criatividade coletiva, sensitiva, comum. Minha opinião, fiquem a vontade para fazer o mesmo.

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