Com um logotipo inconfundível a famosa marca de roupas francesa Lacoste coloca seu crocodilo em cheque quando o assunto é seu público. Em uma matéria da revista Exame, a marca percebeu que seus consumidores envelheceram e infelizmente, junto com eles, a percepção que os jovens consumidores têm da marca. A própria empresa confirma isso dizendo que a Lacoste é destinada à homens de 40 a 55 anos. As vendas mostraram o que isso pode significar: presente em 112 países, fatura hoje certa de 1,5 bilhão de euros.
Estagnados num pífio crescimento em 4% em vários anos, a marca decidiu reagir. Anda trabalhando uma renovação de sua marca querendo torná-la um pouco mais popular entre consumidores de 25 a 35 anos (faixa que adora consumir produtos de moda e tecnologia, sabemos). Lá fora isso funciona muito bem, mas a aposta mesmo é esperada aqui dentro, no Brasil. Como a gente acredita que quanto mais jovem o consumidor, mais crítico ele é, a diversidade dos produtos teve de aumentar. Cá entre nós, Lacoste é sinônimo de coisa igual e nada muito diferente, detalhe que para o público que querem atingir, conta e muito. Pra isso, ela criou 350 modelos novos das camisas tipo pólo, bolsas, tênis, óculos e acredite, até um celular, que pretendiam lançar no início deste ano (lançaram?).
Investiu nas cores mais vibrantes como laranja e lilás; as roupas para mulheres e crianças ganharam mais espaço com a também fabricação de acessórios como bolsas e tênis – explorando o universo feminino. Nas lojas por sua vez, os móveis em tons escuros estão sendo substituidos por prateleiras mais claras e araras, ganhando um ar mais despojado.
Um verdadeiro banho de loja foi decretado pra uma marca que na minha opinião, dificilmente conseguirá atrair esse público mais jovem. Não são somente cores e uma repaginada em logomarca que talvez atraiam o consumidor não. Se o crocodilo não abrir o olho, o envelhecimento de seu público será apenas o começo. Não é não?
